terça-feira, setembro 23, 2008

parece até que desisti, mas pensou errado




parece até que desisti, mas pensou errado


o caso é que tenho uma filha que nem quero falar mas vou falar assim mesmo. a marocas ota. ai, deus! primeiro precisei ir pro colégio e fui. fiz algumas série e já sei escrever mior. assim eu penso. bem a marocas é um caso. melhor depois falar disto. hoje fico embargado. é só.

domingo, abril 17, 2005




e tá todo mundo na sala para ver a fumaça do papa. pope? e quando eu queimo os mato seco daqui reclamam, ó alceo -eu sou sempre o pobre coitado- olha a fumaça empestiando a casa! e tenho de jogar água no foguinho. pode?
e estão todos na sala com óios na tv, esperando a fumacinha.


dá vontade de falar, oi gente qué fumaça? eu faço aqui.

sexta-feira, abril 08, 2005




ai eu falei pra dona zulmira se ela chorava porque o papa morreu, que ela estava chorando atrasado porque eu vi tem anos, óooo, o papa dela no ciaxão. ela explicou que era o papa, representante de deus na terra. aí eu disse: mas deus não pode dar uma chegadinha aqui pra resorvê tudo?

otacílio se achegou coçando a coceira e disse que era as pombas que tinha morrido. o tar do espírto santo. mas que tinha um monte voando e ele não sabia se tinha de se benzer pra elas. mas por que este povo sai da igreja chorando? é dia do pai morto que estão comemorando?

e o romário que ressuscitou e deu pra ser sério deu um ataque que táva todo mundo gozando do poder divino -eu sei , to escrevendo mió, dona zulmira minsinou- se jogou de joelho no chão puchou o terço -é já sei que é com xis- acorrijo: puxou do terço e rezou um ora pro nobis.

e tem três dias que ele tá lá, cheio de mosca varejera rezando um terço impós o outro. eu heim, falou seu zé. na hora de trabalhar ninguém bota esta fé. e eu que táva catando tiririca olhei de banda e fui consurtar minhoca, que é só o que posso fazer. arre vida!

um dia ainda tenho televisão pra saber destas coisas. cês vão ver.

segunda-feira, janeiro 24, 2005


a gente chegou da colheita de café.

chegou junto gente de luxo e eu mal tirei as bota. pois é , tá aqui seu alberto machado, quem diria? neste pobre canto do mato. sabe seu alberto neste tempo em que fiquei longe, a familiarada inteira ocupada com a safra de café, encalei as mão mas melhorei no vernáculo. saca só: vernáculo.

dona zulmira coitada que voltou com dor nos quarto de tanto fazer comida porque a engracia num dá conta sozinha. a gente mal tá acabando de chegar. tirando as cobertas dos móveis . amanhã é dia de sacudir poeira. sabe seu alberto? mas chega pra cá, quer um café? a gente faz na hora, veio um monte da fazenda, tem paia de mio tamem pra fazer o cigarro. as veis eu escorrego nas letras, nãop arrepare, mas está melhor.

ah, antes di tudo deixa avisar que a gente conseguiu salvar o romário. penduramos ele de cabeça pra baixo, um tempo bão, enquanto a gente velava ele, porque esperança é a última que morre, né mesmo? e de repente, pode acreditar, mais que de repente o homem tossiu e o osso foi parar nos peito de dona guilhermina que estava puxando o terço. ela até que ficou feliz com a cusparada de osso. disse que por uma vida vale de um tudo.

então tá todo mundo avisado? deixa a gente chegar que depois conversa melhor. agora dona zulmira tá me chamando. ela não consegue fazer nada sem eu. pode?

terça-feira, junho 29, 2004



boa tarde. meu nome é zulmira de aguiar. sou a patroa do alceo. ele não tem podido escrever neste tipo de diário, que é a loucura dele, porque está uma trabalheira na fazenda com o começo da colheita do café. o josé está lá também. ele pediu para avisar que o romário morreu engasgado com um osso de galinha. não sei se vocês conhecem romário. mas o recado está dado. boa noite. passem bem.

quinta-feira, junho 03, 2004


pé de margarida.parece neve no chão

mais lareira que é o burro de carga aqui quem racha a lenha

e a lareira já está acesa cá em casa, isto é na casa de seu zé , dona zulmira e francisco frederico.
tá na cara que a gente tivemos fora, né? chegamos hoje. o patrão foi vender o gado, invernar, preparar silo para o gado e carregou a gente pra fazenda.

por lá , cês nem imaginam, francisco frederico aprendeu a voar. come sozinho e dona zulmira anda com ele empoleirado no dedo pra baixo e pra cima. e ainda adotou outro canário pretinho que ela chama de otelo. deste nem quero saber.nem é preconceito de cor. queu sou pretinho tamém. mas o bicho é estranho. quando ela deixa cuido do fefê.

chegamos e seu zé já berrou= -zulmira, onde estão minhas chinelas?
zulmira: onde você deixou josé. a não ser que tenham ido dar um passeio pela rua.
seu zé= zulmira, deixe de graça e venha dar conta delas.
zulmira= só se me rachar ao meio. estou vendo o almoço. não sou seu gado que você marca, josé!
seu zé= é minha mulher, raios!
dona zulmira= mas não sua empregada.
aí disse baixinho pro cida: vá lá cida, pegue as chinelas dele que a escrava aqui fica de botas mesmo com a barriga no fogão.

já vi que voltamos mal.

sexta-feira, maio 21, 2004

firmino vortou.
francisco frederico cresceu mais ainda.
seu zé e dona zulmira pararam de bobage de amor.
eu tô sentindo frio quando cato tiririca.
mas cês precisam ver as bôias nos pé do firmino.
ele foi pra casa da dotora devogada pelo caminho erado.
caminho do rio. eu aqui só rindo. nem dizia nada.
mas baixinho (é com xis) me dizia: lá vai o parvo, de botina nova, ringindo, no caminho errado.
o ibama prendeu ele mode proque levava um filhote de melro pra dotora.
ficou uns dias na cadeia. seu zé que livrou ele. pagou uma murta de doer.
tá jogado na minha cama fedido e gemendo.
quedê dotora agora pra livrá a cara dele?
prele aprende. pará de tê oios maior do que o estrombo.
por isso sumi. fu com seu zé sortá firmino. o pobre precisa da minha presença.