sábado, abril 24, 2004

hoje né sabado não. é sexta. mas como to morando na austrália fica um dia mais pra frente. só pra visar.
estou de aviso breve.

num disse que o firmino ia criar encrenca? seu zé telefonou onti mesmo. primeiro ele telefonou para o telefone daqui da casa dele. eu atendi e falei. é o alceu.
o resto foi assim:
seu zé: alceu, quem é este tal de firmino que está com meu celular na minha casa?
alceu: é o firmino do bar, seu zé. pedi prele ficar comigo tomando conta da casa. até é bom porque quanto to lá fora ele fica cá dentro.
seu zé: onde está meu celular?
alceu: onde o senhor mandou botar. o firmino largou e não pegou mais.
seu zé: mas eu mandei ele te chamar!
alceu: ele chamou. eu vim. lavei os pé. mas o senhor disse para largar o celular. a gente largou.
seu zé: pega o celular, alceu.
alceu: pode?
seu zé: vá até onde ele está, e traga para perto do telefone.

obedeci.

alceu: tá aqui.
seu zé: desliga ele.
alceu: onde?
seu zé: aperta o botão onde está escrito power.
...............
seu zé: alceu! ALCEU!
alceu: oi.oi
seu zé:desliga
alceu: peraí

aí fui na casa de dona beatriz, uma mulher muito fina, que mora aqui no vila verde . pedi prela desligar.
ela ainda ficou um tempo de prosa com seu zé.


beatriz: pode deixar o celular comigo, alceu. volta para o telefone de dentro da casa. e diz alô.
alceu: tá
na volta achei isto perto do bueiro
alceu: alô
seu zé: quando eu voltar vamos conversar sobre isto, alceu. mas aviso logo que você está de aviso prévio.
alceu: qué isto?
seu zé: estou te despedindo. mas só quando regressarmos.enquanto isto você vigia a casa.
alceu: tá. tem remédio?
seu zé: vá fazer seu trabalho e não quero nenhum firminio dentro da minha casa,no jardim ou no quintal.
alceu. tá.
seu zé: agora desliga o telefone.
álceu. tá.

fui catar tiririca.o firmino nem nada. sumiu. eu fazia uma rua de tiririca catada. pegava a raiz dela por baixo da terra e sabia que ia encontrar mais batata de tiririca no caminho. às vez ela virava uma esquina assim, como se fosse rua. me sentia pura madrugada, como dizia aquele cantor de bolero, o hazel, nas cantorias da chick-peituda : "A rua canta pelas esquinas gritos de desaforada agonia, becos de palmas resplandescentes, bueiros de línguas correntes enquanto a noite passa, tal qual maria-fumaça, correndo trilhos de perversas ironias."