domingo, abril 17, 2005




e tá todo mundo na sala para ver a fumaça do papa. pope? e quando eu queimo os mato seco daqui reclamam, ó alceo -eu sou sempre o pobre coitado- olha a fumaça empestiando a casa! e tenho de jogar água no foguinho. pode?
e estão todos na sala com óios na tv, esperando a fumacinha.


dá vontade de falar, oi gente qué fumaça? eu faço aqui.

sexta-feira, abril 08, 2005




ai eu falei pra dona zulmira se ela chorava porque o papa morreu, que ela estava chorando atrasado porque eu vi tem anos, óooo, o papa dela no ciaxão. ela explicou que era o papa, representante de deus na terra. aí eu disse: mas deus não pode dar uma chegadinha aqui pra resorvê tudo?

otacílio se achegou coçando a coceira e disse que era as pombas que tinha morrido. o tar do espírto santo. mas que tinha um monte voando e ele não sabia se tinha de se benzer pra elas. mas por que este povo sai da igreja chorando? é dia do pai morto que estão comemorando?

e o romário que ressuscitou e deu pra ser sério deu um ataque que táva todo mundo gozando do poder divino -eu sei , to escrevendo mió, dona zulmira minsinou- se jogou de joelho no chão puchou o terço -é já sei que é com xis- acorrijo: puxou do terço e rezou um ora pro nobis.

e tem três dias que ele tá lá, cheio de mosca varejera rezando um terço impós o outro. eu heim, falou seu zé. na hora de trabalhar ninguém bota esta fé. e eu que táva catando tiririca olhei de banda e fui consurtar minhoca, que é só o que posso fazer. arre vida!

um dia ainda tenho televisão pra saber destas coisas. cês vão ver.

segunda-feira, janeiro 24, 2005


a gente chegou da colheita de café.

chegou junto gente de luxo e eu mal tirei as bota. pois é , tá aqui seu alberto machado, quem diria? neste pobre canto do mato. sabe seu alberto neste tempo em que fiquei longe, a familiarada inteira ocupada com a safra de café, encalei as mão mas melhorei no vernáculo. saca só: vernáculo.

dona zulmira coitada que voltou com dor nos quarto de tanto fazer comida porque a engracia num dá conta sozinha. a gente mal tá acabando de chegar. tirando as cobertas dos móveis . amanhã é dia de sacudir poeira. sabe seu alberto? mas chega pra cá, quer um café? a gente faz na hora, veio um monte da fazenda, tem paia de mio tamem pra fazer o cigarro. as veis eu escorrego nas letras, nãop arrepare, mas está melhor.

ah, antes di tudo deixa avisar que a gente conseguiu salvar o romário. penduramos ele de cabeça pra baixo, um tempo bão, enquanto a gente velava ele, porque esperança é a última que morre, né mesmo? e de repente, pode acreditar, mais que de repente o homem tossiu e o osso foi parar nos peito de dona guilhermina que estava puxando o terço. ela até que ficou feliz com a cusparada de osso. disse que por uma vida vale de um tudo.

então tá todo mundo avisado? deixa a gente chegar que depois conversa melhor. agora dona zulmira tá me chamando. ela não consegue fazer nada sem eu. pode?